LITERATURA COMPARADA


É incorreto afirmar que Hilda Hilst:


Projetou sua carreira escrevendo poemas que criticavam os costumes da sociedade brasileira. Paralelamente às obras de Clarice, Hilda inovou a literatura brasileira ao abordar temas como o amor, a vaidade, a inveja, e  o dinheiro de uma maneira inverossímil.


Foi uma escritora da condição humana, criou obras em que temas como a morte, Deus, amor e erotismo, são vislumbrados por um fecundo olhar existencialista.


Criou  personagens altamente filosóficas, seres plenos de consciência e próximos da loucura.


Exprimiu em poemas de arrebatado êxtase amoroso, um erotismo vibrante, em que o amor torna-se epifania, êxtase pleno.


Numa escrita de tom intimista, às vezes visceral, Hilda inovou a prosa brasileira, inserindo o fluxo de consciência e a pesquisa da fecundidade psíquica de suas personagens.

Considere as proposições a seguir:

 

I. Em A paixão segundo G.H., encontramos o eu fervente, em estado de ebulição, não fica oculto, mantém a narrativa em alta tensão filosófica. Em a obscena senhora D, o eu também é inflado, incontido.

II. Para Clarice, o nada é tão possível quanto o real. Já para Hilda, o vazio é visto pelo olhar trágico, inconformado.

III. Em A paixão segundo G.H, a loucura é o elemento principal. A trama se passa em um sanatório. 

Está(ão) correta(s) a(s) proposição(ões):


I, apenas. 


II, apenas.


I e II. 


I e III.


I, II, e III. 

O tempo nas obras de Clarice Lispector é um tema bastante discutido entre os estudiosos e apreciadores de sua obra. Dos itens abaixo, não podemos afirmar que:


Água viva, por exemplo, mostra a busca do "instante-já"; faria do tempo fraturado um leitmotiv (aspecto temático, tema, assunto ou recurso estilístico recorrente na obra do autor).


Nas obras de Clarice, o tempo é sempre cronológico e palpável, nunca busca pelo "instante-já". O tempo é o da objetividade lírica.


O instante, nas obras de Clarice, seria o grão de areia de uma ampulheta. Cada ínfimo fragmento arenoso corresponderia ao "instante-já".


O tempo nas obras de Clarice oscila entre um continuum e a fratura dessa massa informe por momentos de agudeza, de revelação.


Clarice Lispector mostra o tempo, em algumas obras, no espírito, na subjetividade.

Sobre Margarida, a personagem feminina de Fausto, não podemos afirmar:


Margarida e o Mágico são os dois personagens principais de Fausto, uma tragédia que representa, de forma significativa, a sensualidade, o ascetismo, a exaltação e o equilíbrio da obra.


Foi inspirada em Friederike Brion, a filha de um vigário, por quem Goethe se apaixonara e tivera de abandonar para trabalhar em outros lugares.


Além do amor de Fausto, e de reconhecê-lo como um homem bom, ela quer mais - quer a sua fé na religião.


A partir dessa personagem, impregnada de romantismo, podemos observar a manifestação do bem, em contraponto ao mal, representado por Mefistófoles.


Margarida, flor  preferida do autor, o inspirou a dar o nome para a personagem. Na obra, várias margaridas podem ser vistas. Em partes, a flor, em partes, a personagem.

Sobre a obra "Fausto", de Goethe, não podemos afirmar:


Trata-se de uma obra polêmica, que causou protestos da Igreja Católica, ao ser publicada em 1875, em Portugal.


A obra remete, por meio de seu personagem Fausto, os conflitos do ser humano em relação à sua postura espiritual e material, tendo como eixo as relações entre natureza e consciência, razão e emoção.


Conta a história de Fausto, um "mago ­cientista", inconformado com a vida que levava, resolve fazer um pacto com o demônio, vendendo­-lhe sua alma em troca de novos conhecimentos e prestígios sobrenaturais.


Há belíssimas passagens em que se evidenciam as artimanhas protagonizadas pela dualidade - bem e mal, deixando transparecer insinuações inimagináveis dessas entidades na vida humana.


Uma obra­-prima, clássica, admiravelmente escrita em versos que falam, de forma metafórica, da vida humana. Uma obra que começa a ser escrita em 1774 e termina em 1830.

Identifique no texto a seguir características que possam identificá­-lo como sendo de uma obra clássica, épica.

 

Excerto do “Canto I”, de Paraíso Perdido, de Milton.

 

(...) Príncipe, chefe dos imensos tronos

Que às batalhas trouxeste em teu comando,

Tu que, por feitos da mais nobre audácia,

Querendo conhecer a quanto avonda

Do Rei dos Céus a grã supremacia,

Em p’rigo lhe puseste o império e a glória, (...)

                                   (MILTON, 2007, p. 30)

 

Marque a alternativa correta.


Ausência de palavras de baixo calão. Intertextualidade com outras obras. Estilo solene.


Linguagem que sempre será entendida por qualquer pessoa em qualquer época.


Estilo solene. Linguagem popular. Intertextualidade.


Linguagem grandiloquente. Termos pouco exaltados nesse tipo de obra: príncipes, tronos, batalhas, império, glória etc. Estilo solene. Por exemplo: "Do Rei dos Céus a grã supremacia".


Linguagem grandiloquente. Termos exaltados nesse tipo de obra: príncipes, tronos, batalhas, império, glória etc. Estilo solene. Por exemplo: "Do Rei dos Céus a grã supremacia".

Sobre as características da obra de Clarice Lispector, é correto afirmar que:


Sua prosa e poesia foram marcadas por temas relacionados à crítica da sociedade burguesa, denúncia da condição de vida do brasileiro, e ainda, a espiritualidade.


Clarice Lispector também foi uma dos mentoras e fundadoras da Semana da Arte moderna.


Influenciada por Graciliano Ramos, escreveu seus livros pautando-se na inovação da Literatura brasileira. Trazia sempre uma linguagem bastante simples e popular em suas obras.


Sua poesia é marcada pela presença constante de ironias e criticas à politica brasileira. 


Clarice utilizou amplamente a técnica do fluxo de consciência, ou seja, um intimismo intenso, uma atmosfera mais próxima dos sentimentos, das emoções do narrador.

 

Ao entendermos melhor os mecanismos da literatura comparada, estabelecemos, de certa forma, novos conceitos em nossos estudos literários. Com base em seus estudos acerca do capítulo "Literatura comparada - leitura das interlocuções textuais", marque V (verdadeiro) e F (falso) nas afirmações a seguir: 

(  ) Se compreendermos as abordagens da literatura comparada e de seus respectivos mecanismos, reconheceremos também a interferência do processo de globalização no diálogo entre bens culturais.

(  ) Através da Literatura comparada, podemos, dentre outras, atualizar a leitura de obras e discutir comparativamente as escrituras entre si e com outras linguagens da arte - música, artes plásticas, arquitetura.

(  ) Nos estudos literários, a atitude comparativa nunca esteve presente ao longo da história. Por isso, a dificuldade de se institucionalizar a prática de Literatura comparada.

(  ) Mesmo compreendendo as abordagens da Literatura comparada e de seus respectivos mecanismos, não reconheceremos, de forma alguma, a interferência do processo de globalização no diálogo entre bens culturais.

(  ) A atitude comparativa não tem importância nos dias de hoje. Estudiosos já a consideram como uma prática abolida pelos críticos e também pela sociedade.

Agora, escolha a alternativa que apresenta a sequência correta:

 

 

F, V, F, F, V.


V, V, V, F, F.


 F, V, F, V, F.


 V, V, F, F, V.


V, V, F, F, F.

Dentre os procedimentos para a análise comparativa de obras literárias e outras artes, podemos tecer vários elementos. Das alternativas abaixo, indique a que não se refere à proposta da Literatura comparada.


Identificar relações que a literatura mantém com outras artes e linguagens. 


Estabelecer relações de semelhança e distanciamento de obras literárias distintas.


Unicamente estabelecer  critérios para formular se uma obra literária é boa ou ruim.


Determinar o binarismo da expressão artística: universal/particular, nacional/regional, erudito/popular, dominante/dominado.


Estabelecer relações entre culturas, nações, obras e autorias.

O método comparativo é bem mais antigo do que o nascimento da Literatura comparada, pois já se encontra presente em inúmeros estudos linguísticos, na Idade Média, entre os séculos XII e XIV. Logicamente, a literatura comparada, por sua vez, se institucionalizou como disciplina um pouco mais tarde.

 

CARVALHAL, Tânia Franco. Literatura comparada. São Paulo: Ática, 2006.

 

 

Com base no texto apresentado e também em seus estudos, marque a alternativa que melhor explica acerca da institucionalização da Literatura comparada como disciplina.

 

 


Embora este processo tenha começado no século XVIII. A Literatura comparada se institucionalizou, progressivamente, como disciplina ao longo do século XX, como um método consistente e desafiador, proporcionando novas perspectivas para a compreensão da literatura.  


A Literatura comparada se institucionalizou, muito rapidamente, como disciplina ao longo do século XIX, embora este processo tenha começado no século XVIII. 


A Literatura comparada e o método comparativo caminham juntos na jornada de um crítico literário. Isso acontece desde antigamente até hoje.


A Literatura comparada ainda não se institucionalizou como disciplina, apesar de, historicamente, este processo já ter sido iniciado.


Ainda não há evidências sobre a institucionalização da Literatura comparada, mesmo assim, estima-se que ela tenha surgido no século XXI.

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